A história dos Irmãos Redentoristas inicia-se, em 18 de novembro de 1732,
com Vito Curzio (1706-1745), quando este nobre militar napolitano, natural da
Puglia, alto funcionário do Marquesado de Prócida, ingressou-se no grupo dos
missionários liderados pelo Pe. Afonso Maria de Ligório (1696-1787).
Somam-se
aos missionários, pouco a pouco, outros Irmãos: Januário Rendina (1707-1789),
Francisco Tartaglione (1715-1774) e Joaquim Gaudiello (1719-1741). Estes, no
terceiro domingo de julho de 1740, juntamente com outros oito padres, fizeram o
voto de perseverança no iniciante Instituto Religioso.
No período de 1732 a 1764, diversos outros jovens ingressaram na
Congregação Redentorista e se tornaram Irmãos. Dentre eles, São Geraldo Majela
CSsR (1726-1755), o mais conhecido e amado redentorista de todos os tempos.
Estes Irmãos atuavam nos mais variados serviços, dentro e fora de casa,
inclusive nas Missões Populares. Nestas, enquanto os padres se ocupavam
preferencialmente com as confissões, pregações e celebrações Eucarísticas; os
Irmãos rezavam e cantavam com o povo (terços, ladainhas e nas procissões),
ensinavam catequese às crianças e aos jovens, visitavam as famílias e eram
amigos do povo.
A partir de 1764, houve mudanças vertiginosas nas Constituições
Redentoristas, por ingerência interna e intervenção do Estado (via o Padroado
Régio). Por esta razão, a grande maioria dos Irmãos foi colocada em terceiro
plano e confinados nos afazeres domésticos. Salvaguardando apenas aqueles que
eram grandes profissionais, tais como: arquitetos, músicos, professores,
médicos, artistas, administradores, dentre. No século XIX, com a expansão da
Congregação Redentorista, dependendo da mentalidade e cultura de cada País,
prosseguiu ou não a profissionalização e qualificação dos Irmãos.
Por mais de duzentos anos (1764-1980), grande parte dos Irmãos
Consagrados de todas as Instituições Católicas, incluso os redentoristas, foram
vítimas dos condicionamentos políticos e religiosos, que os colocaram no
anonimato. E foi o Concílio Vaticano II, ao abrir as “portas” e “janelas” da
Igreja, que deu a possibilidade de rever, resgatar e redescobrir que a
história, a eclesialidade e a teologia católica contém tesouros valiosos,
escondidos e enterrados em si mesma. Por isso, se faz necessário pesquisar os
valores e qualidades que permearam a ação cristã no decorrer dos tempos. De
fato, este Concilio vem (há 50 anos!) abrindo perspectivas e frestas, dando
também aos Irmãos as possibilidades de se prepararem e atuarem nas dimensões:
sociais, humanitárias, educacionais, culturais, científicas, tecnológicas,
acadêmicas, teológicas, profissionais e eclesiais.
Na Congregação Redentorista encontramos um rico legado de Irmãos que
marcaram e marcam a nossa história, os quais nos dão expectativas e abrem
perspectivas para enxergar as diversas realidades e nelas são muitos os campos
de missão hodierna.
“A messe é grande, mas os operários são poucos!” (Mt 9, 37)
Ir. José Mauro Maciel CSsR,
missionário redentorista e historiador.
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