quarta-feira, 16 de maio de 2012

Comentário do Pe. Bernardo na missão em Moçambique

Já estamos com um pé no estribo. Amanhã, dia 17, voltamos a Moçambique.  Essa vez para ficar, se Deus quiser. Nas margens do Rio Zambezi que atravessa Moçambique Central, chegaremos à cidade de Tete. Mais adiante, 220 km distante dessa cidade está o Distrito de Macanga, onde queremos  estabelecer a nova missão. Macanga é um distrito mais ou menos do tamanho do condado de Cork, 6.999km2, com uma população estimada em 110.000 habitantes, cerca de 40% católicos. Por causa das duas guerras seguidas, uma pela independência do domínio português e outra uma guerra civil entre facções diferentes, essa parte de Moçambique tem sofrido severamente. Os padres que trabalhavam lá tiveram que abandonar a região, e ficou assim por mais de 40 anos. Um Jesuíta idoso, Pe. Domingos, procurava de vez em quando visitar a região durante esse tempo, e não ficou totalmente abandonada.
Por isso, o Bispo de Tete convidou-nos para assumir essa missão. O povo do distrito está rezando dia e noite para que os Redentoristas venham morar e caminhar com eles na reconstrução das suas vidas e no fortalecimento da sua igreja.
A pequena cidade de Furancungo, onde iremos morar, é rodeada de mais ou menos 35 povoados com pequenas comunidades cristãs. Temos muita coisa pra fazer: conhecer essa vasta área, lidando com uma cultura e uma tradição muito diferentes. E temos consciência de que esses cristãos perseveraram na sua fé e a transmitiram para as novas gerações, praticamente sem a presença de padres durante 40 anos, e eles tem uma experiência pessoal e profunda de fé cristã. Temos que ter muito cuidado para não “substituir” esses líderes comunitários, nem diminuir o ministério deles. Ao contrário, teremos que aprender muito através da experiência, da fidelidade, da coragem e da simplicidade deles. Como João Batista disse em outro contexto: Eles devem crescer e nós devemos nos tornar menores.
E nossa primeira tarefa será aprender a língua deles, Chichewa. Tarefa não muito fácil para um AGOGO (ancião).
Por isso contamos com suas orações.
Mas graças a Deus no Moçambique os papagaios velhos aprendem a falar!
Um grande abraço.
Bernardo